Como ter fé nos tempos modernos II: Meu Senhor e Meu Deus! (Parte C)
Chegamos agora no trecho central a ser analisado:
“Tomé, um dos Doze,
chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Os outros discípulos
disseram-lhe: Vimos o Senhor. Mas
ele replicou-lhes: Se não vir nas suas
mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não
introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei! Oito dias depois,
estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando
trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: A paz esteja convosco! Depois disse a
Tomé: Introduz aqui o teu dedo, e vê as
minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. Respondeu-lhe
Tomé: Meu Senhor e meu Deus! Disse-lhe
Jesus: Creste, porque me viste. Felizes
aqueles que crêem sem ter visto!”
Antes
de uma análise aprofundada observemos a importância da relação VER/CRER. Ver,
enxergar, perceber, sentir, experiênciar, enfim, são situações em que o ser
humano precisa ter um contato, é necessário uma constatação e mais do que isto,
é primordial para o homem contemporâneo ter uma prova tangível do que se tem
por teoria.
Tomé
e os outros onze discípulos conviveram com Jesus durante, praticamente toda a
vida pública d’Ele, viram diversos milagres, presenciaram incontáveis sinais,
como os apresentados por João em seu Evangelho. Por que duvidar? Por que não
acreditar? Por que questionar? Por que querer uma prova? Oras Tomé já não havia
presenciado outras tantas façanhas de Cristo? Então por que não crer?
Antes
de crucificarmos Tomé, você acreditaria? Você também não acharia que seus
amigos estavam todos malucos? Eles perderam a noção da realidade e começaram a
fantasiar! Mas o que desperta a curiosidade não é a rapidez da resposta:
“Os
outros discípulos disseram-lhe: ‘Vimos o
Senhor.’ Mas ele replicou-lhes: ‘Se
não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos
pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei!’ Mas
o que desperta a atenção é a audácia: “eu não me contento em, simplesmente ver,
eu quero sentir, tocar, provar, confirmar; não me contento com uma simples
imagem, que pode ser fruto da minha imaginação; preciso que me belisquem para
eu acreditar que não estou dormindo ou tendo um surto psicológico coletivo,
como vocês tiveram”. Talvez estas teriam sido as falas de Tomé na atualidade.
Mas, seja sincero, você faria diferente?
Observe
que existe um salto de oito dias neste ponto da leitura. A Bíblia não é um diário,
como o principal dela é contar a história de Jesus e da Salvação de Deus não
tem motivos para pormenorizar algumas situações. Mas nós podemos nos inserir
dentro do texto e tentar refletir sobre o que aconteceu até se completar estes
oito dias. Lembrando que “Fez Jesus, na
presença dos seus discípulos, ainda muitos outros milagres que não estão
escritos neste livro”. Tudo que precisamos está escrito na Sagrada
Escritura, mas nem tudo que aconteceu está inscrito nas páginas da Bíblia.
Muitas outras coisas sucederam e não foram relatadas. Por isso a importância da
Sagrada Tradição, que busca aproximar o homem do Criador, por meio de Cristo
Jesus. Mas o que podemos dizer sobre esses oito dias? Tomé fez um desafio a
Deus: ‘Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no
lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei!’
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