quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

das coisas sobre o amor II

Já que meu amigo Gabriel Pozzi citou Vinícius de Moraes resolvi reler e tentar entender um pouco mais de alguns de seus poemas... Como não tenho obrigação de ser fiel a literatura e respeitar fielmente aquilo que todo dissem (embora concorde que sua obra literária é fantástica), entretanto como todo ser humano, tenho direito de expôr minha opinião, que pode/deve ser contestada!

Segue o poema:

Discordo de Moraes
Não precisa ser infinito enquanto durar
Necessita, simplesmente, que seja intenso
Intensamente Intenso

Que faça-nos voar
E coexista nos corações daqueles que amam
De modo que haja comunhão plena entre os amantes
Que seja bom para todos os amados e amadores...
(...)
Não precisa durar nem perdurar
Seja simplesmente o melhor do momento
Por isso acredito nos amores múltiplos
Na possibilidade de amores diversos...
Amar diversas pessoas simultaneamente
Tal qual amamos nossos pais, namoradas e namorados,
Amamos cachorros, coelhos ou gatos
Amigos, amigas e professores
Amores individuais
Sentimentos plurais

Pra não dizer que quis crucificar o poeta
Mesmo que não completamente
Também discordo de Paulo
A maior das virtudes teologais "corintianas"
Não deveria ser a caridade
Nem o amor, muito menos a fé
Tampouco a esperança
Mas sim, a compreensão
Quem compreende ama,
E vice versa e o reverso é verdadeiro
(...)
Quem compreende respeita a fé
Permanece na espera
Vive intensamente
Pois sabe se colocar no lugar do outro
Compreender é mais que entender
É completar, aceitar, é partilhar a dor e o riso
É apoiar, é amar, é ter fé no outro
É respeitar...


(...) Discordo, sobretudo de mim mesmo, se isto tudo não é amor... o que mais pode ser?

(Esta última linha era pra ser uma paráfrase, que saiu uma frase copiada quase totalmente de uma das mais belas músicas da banda Legião Urbana)


das coisas sobre o amor I

Quero amores passageiros
Paixão veraneia
Quero amores como eclipses
Raros, rápidos, intensos
Momentos únicos
Sem protelação

Sabe o que queria?
Amores passageiros
Amores plurais
Mais de um...
... Todos de uma vida
Simultaneamente
E ao mesmo tempo, redundantemente
Simplesmente amores
Sem classificações, sem definições
Sem determinações
Amores sem regras
Com regras iguais
Amores desregrados

Quero amar como amigo
Amar como amante
Mesmo que por apenas alguns instantes
Quero o amor primeiro
Relacionamento derradeiro
Tão sublime: Amor

Verbo sem conjugação
Perfeito por essência
Divino por excelência
Sobretudo sem distinção

Amigo, amante, amado
Vivendo e amando
Amando do verbo mandar
Amando do ato de amar
Quem no coração manda e desmanda?

Amar-te
Ir a Vênus
Na infinitude do universo
Unir os versos do poema
Poema de no máximo 120 anos: vida
Para tudo serve o amar
Talvez, até para amortecer corações

Amor te mata
A morte
Amor eterno: Ilusão

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A menina que comeu a maçã verde!

"_ O nosso tempo é diferente, agente pode ficar dez anos sem um único encontro e é como se nos víssemos diariamente. Estamos sempre juntos, mesmos separados, somos uma unidade."

Angela - protagonista do livro Amadora de Ana Ferreira)

Carol disse para Beto:
_ Sexo!
A bela garota linda e ideal. Loirinha, corpinho de boneca, cabelos macios e leves que acompanhavam o sentido das brisas que o tocasse. Ela deixou Beto perplexos. Depois de uma pausa ela prosseguiu:
_ Foi só isso Beto: sexo!
Adalberto, vulgo Beto, mal podia acreditar na frieza que sua bela princesa, que até aquele momento parecera ter saído de algum dos livros infantis de contos de fadas que sua mãe contava até ele completar seis anos... Tentou balbuciar algumas palavras, mas não conseguia. Estava incrédulo. Normalmente ele é quem dizia aquelas poucas três palavras: Foi só sexo! Entretanto Carol foi mais clássica, mais articulada e, talvez, mais ágil... Conseguiu encaixar um “isso” e seu nome na mesma oração que ele já repetira por diversas vezes com outras tantas mulheres. Talvez ele não tivesse pensando nisso, porque normalmente não lembrava o nome das mulheres que jaziam em seus braços no final das transas.
_ Mas...
Ele não conseguiu continuar com nenhum argumento. Não encontrou palavras. Ela tomou a vez de homem e cravou a facada final no peito de Beto:
_ Mas, foi bom! Até que você não é de se jogar fora...
A bela, que se transformara em fera para o homem que se desfazia sobre a cama se sentindo humilhado. Beto, por sua vez, tentou retrucar mais alguma coisa, apesar de não ter conseguido falar nada, apenas uma pequena conjunção adversativa e pouco audível: “mas”. Ela levantou-se da cama, pegou uma maçã verde que jazia sobre o criado mudo, mordeu um pequeno pedaço e finalizou:
_ Bem, preciso ir!... Qual quer coisa me liga. Beijo e tchau!
A linda Carol pôs a mão sobre a boca e mandou-lhe pelo ar o mais amargo de todos os beijos que Beto receberia em toda sua vida. Ela saiu do quarto e bateu a porta. Entretanto, Beto não teve coragem de ligar novamente para a primeira mulher que o tratou como ele sempre mereceu...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sabará: Cidade Metropolitana

Não é principal
Está além da periferia
Lugar imaginário
Entre a grande capital
e as mais altas montanhas
do imenso interior

Lugar surreal
Povo superior
Algo inexplicável e anormal
No mundo de hoje
População de valor

Cidade de pouca gente
Ruas e calçadas verticais
Ladeiras anormais
População rica
Gente carente
Diversidade
Divergente

Município vizinho
Lugar “pertinho”
Cidade metropolitana
De tão próxima, distante
Integrada, cultural, pequena
Histórica, industrial, fascinante

Cidade mãe
Origem da metrópole
Simplesmente metropolitanamente
Sabará, cidade metropolitana
Como tantas outras
Igual mesmo diferente

Última Palavra

Eu não recordo qual foi a última palavra nem a última frase que você disse antes de partir... Eu não sei se isso é normal, mas sempre perco ...