terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A menina que comeu a maçã verde!

"_ O nosso tempo é diferente, agente pode ficar dez anos sem um único encontro e é como se nos víssemos diariamente. Estamos sempre juntos, mesmos separados, somos uma unidade."

Angela - protagonista do livro Amadora de Ana Ferreira)

Carol disse para Beto:
_ Sexo!
A bela garota linda e ideal. Loirinha, corpinho de boneca, cabelos macios e leves que acompanhavam o sentido das brisas que o tocasse. Ela deixou Beto perplexos. Depois de uma pausa ela prosseguiu:
_ Foi só isso Beto: sexo!
Adalberto, vulgo Beto, mal podia acreditar na frieza que sua bela princesa, que até aquele momento parecera ter saído de algum dos livros infantis de contos de fadas que sua mãe contava até ele completar seis anos... Tentou balbuciar algumas palavras, mas não conseguia. Estava incrédulo. Normalmente ele é quem dizia aquelas poucas três palavras: Foi só sexo! Entretanto Carol foi mais clássica, mais articulada e, talvez, mais ágil... Conseguiu encaixar um “isso” e seu nome na mesma oração que ele já repetira por diversas vezes com outras tantas mulheres. Talvez ele não tivesse pensando nisso, porque normalmente não lembrava o nome das mulheres que jaziam em seus braços no final das transas.
_ Mas...
Ele não conseguiu continuar com nenhum argumento. Não encontrou palavras. Ela tomou a vez de homem e cravou a facada final no peito de Beto:
_ Mas, foi bom! Até que você não é de se jogar fora...
A bela, que se transformara em fera para o homem que se desfazia sobre a cama se sentindo humilhado. Beto, por sua vez, tentou retrucar mais alguma coisa, apesar de não ter conseguido falar nada, apenas uma pequena conjunção adversativa e pouco audível: “mas”. Ela levantou-se da cama, pegou uma maçã verde que jazia sobre o criado mudo, mordeu um pequeno pedaço e finalizou:
_ Bem, preciso ir!... Qual quer coisa me liga. Beijo e tchau!
A linda Carol pôs a mão sobre a boca e mandou-lhe pelo ar o mais amargo de todos os beijos que Beto receberia em toda sua vida. Ela saiu do quarto e bateu a porta. Entretanto, Beto não teve coragem de ligar novamente para a primeira mulher que o tratou como ele sempre mereceu...

5 comentários:

  1. gostei do texto, curto , quase um retrato de um momento, mas nos conta um historia, o resto que nao foi relatado é preenchido pela nossa mente, quem sera esse rapaz? como ele tratou as outras moças? quem era essa carol? por que ela fez isso? nossa imaginação preenche as lacunas!
    obs: esse é seu estilo mesmo? gosta de colocar palavras mais " academicas" junto ocm outras mais simples, tipo conjunção adversativa ao inves de mas? desculpe a pergunta, mas fiqeui tentando entender o sentido de colocar esses termos num texto assim... eu editaria algumas coisas, porque o texto já é bom e nao precisa disso... bom, foi uma critica construtiva, um abraço, parabens pelo seu otimo blog
    Ibere

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  2. Olá!
    Discordo do comentário anterior sobre a edição das palavras, da união do mais "culto" com o menos.
    Achei o texto fácil de ser lido, com ritmo e muito bem escrito.
    A história prende pela forma que foi retratada, então, nada acrescentaria a ele. Está ótimo!

    Abraços

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  3. parabens por escrever , escrever e escrever, heheh
    abraços

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  4. Olá meu amigo...
    Vejo aqui um espaço muito interessante..
    Achei o design ótimo e o conteúdo de suas palavras muito rico!

    Um grande abraço!

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