domingo, 20 de novembro de 2011

Hades Angelicus - Capítulo I: As dores de um passado que se faz presente

- Papai, papai...

A voz ainda sonolenta da doce menininha apresentava um ar de susto e medo. Seu pai pôs-lhe a mão em seu rosto e lhe disse:

- Estou aqui minha princesinha!

Lúcio ficou surpreso com o despertar de sua filha. Não fizera barulho algum. Resolveu passar no quarto simplesmente para dar um suave beijo na testa de sua bela princesinha, que já dormia com um ar angelical. Entretanto, não tinha pretensão de acordá-la.

- Desculpe-me querida! Não queria acordá-la...

- Não me acordou papai... Eu estava tendo um pesadelo!

- Não se preocupe. Foi somente um sonho Angélica. Apenas um sonho...

- Mas foi ruim papai, muito ruim.

A voz da pequena criança, de apenas sete anos de idade parecia não querer sair. Ela estava com um tom de voz de quem quer chorar. Seu pai tentou acalmá-la, resolver apertá-la em um forte abraço.

- Quer me contar o pesadelo agora?

Angélica sussurrou:

- Papai...

Ela relutou em prosseguir. Estava com os olhos demonstrando que o sonho, realmente a aterrorizara.

- Pode falar minha princesinha...

- Prefiro não reviver neste instante tudo de horrível que acabei de sonhar.

Constantemente, Lúcio se pegara refletindo sobre o amadurecimento de sua princesinha. Cada vez mais ele se interrogava sobre como ela estava falando como uma adulta, com pensamentos e consciência de gente grande. Talvez, ela não estivesse tendo a infância adequada.

- Tudo bem. Não precisa falar! Mas seja lá o que tenha sonhado, não se preocupe, foi apenas um sonho.

Neste momento a doce e inocente criança, que estava deitada naquela confortável cama e coberta por um espesso edredom amarelo com flores lilás e vermelhas, pegou a mão de seu pai e segurou firme. Olhou para cima e viu dentro dos olhos do pai. Ele esboçou um sorriso. Ela então disse:

- Papai: promete uma coisa para mim?

- Qualquer coisa meu anjo!

- Você promete que nunca vai fazer como a mamãe?...

Um nó se formou na garganta de Lúcio. Não conseguia falar. Por um instante, parecia não saber se ouviu realmente aquela frase. Ele pareceu indefeso, sentia-se sem chão. Sem suporte, sem ter para onde correr, sem saber para onde olhar, sem saber como reagir. Tentou falar, e proferiu as seguintes palavras:

- Não fazer o quê meu ano?

Suas palavras eram quase um demorado suspiro, praticamente inaudível, percebido pela linda menininha simplesmente porque a noite estava totalmente silenciosa.

- Papai, você promete que nunca vai morrer?

Com o silêncio do pai, Angélica ainda completou:

- Papai... Eu entendo que, às vezes, eu não me comporto e que de vez em quando eu apronto e não sou uma boa filha. Tem vez que eu até falo palavrão e faço má-criação... Mas acho que isso não é motivo para você me deixar. Já perdi a mamãe. Não quero ser abandonada por você também. Promete para mim que você nunca vai me deixar papai, eu não quero sofrer de novo...

Lúcio simplesmente abraçou sua filha e adormeceram ambos com um carinho imenso. Naquela noite, nenhum dos dois disse mais nada. Lúcio não podia responder. Na verdade, ele não sabia como responder. Resolveu acreditar que o tempo cicatrizaria a ferida no coração de criança de sua princesinha.

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Depois da noite atípica nos braços da filha Lúcio decidiu ir à missa logo pela manhã. Não se lembrara da última vez que entrara em uma igreja. Tentou lembrar-se da última vez que ousou falar com Deus, forçou a memória, mas não se lembrou.

Lúcio Tomás não estava prestando atenção durante os ritos iniciais da celebração da santa missa. Mas durante a primeira leitura, percebera algo diferente no texto lido. Não conseguiu prestar atenção nas palavras nem no texto, muito menos no contexto ou significado. No entanto depois da proclamação do Evangelho, sentou-se e concentrou-se no que dizia padre Pedro

- Gosto muito desse trecho do profeta Sofonias. Faço questão de repeti-lo, embora creia que estas palavras tenham penetrado profundamente no coração de cada um aqui presente. O profeta no capítulo 3 fala assim: “solta gritos de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, ó Israel! Alegra-te e rejubila-te de todo o teu coração, filha de Jerusalém! O Senhor revogou a sentença pronunciada contra ti, e afastou o teu inimigo. O rei de Israel, que é o Senhor, está no meio de ti; não conhecerás mais a desgraça. Naquele dia, dir-se-á em Jerusalém: Não temas, Sião! Não se enfraqueçam os teus braços! O Senhor teu Deus está no meio de ti como herói Salvador! Ele anda em transportes de alegria por causa de ti, e te renova seu amor. Ele exulta de alegria a teu respeito como num dia de festa”.

Desta vez, Lúcio prestara muita atenção e se sentira incomodado com a beleza e contradição das palavras ali proferidas. Um misto de alegria e angustia o preenchia por dentro. Os últimos dias haviam lhe sido muito conturbados e difíceis. Aquelas palavras que em outras ocasiões o contentaria profundamente, naquele instante o preocupara.

Nesse momento parou de prestar atenção nas palavras do celebrante, e recordara as palavras de sua filha na noite anterior... Em meio a seus pensamentos ele recordou que um dos trechos mais duros e cruéis das sagradas escrituras para ele era o capítulo 41 do livro de Eclesiástico, principalmente os cinco primeiros versículos. Ele, em sua juventude os havia decorado e sempre refletia sobre sua essência:

“Ó morte, como tua lembrança é amarga para o homem que vive em paz no meio de seus bens, para o homem tranquilo e afortunado em tudo, e que ainda se encontra em condição de saborear o alimento! Ó morte, tua sentença é suave para o indigente, cujas forças se esgotam, para quem está no declínio da idade, carregado de cuidados, para quem não tem mais confiança e perde a paciência. Não temas a sentença da morte; lembra-te dos que te precederam, e de todos os que virão depois de ti: é a sentença pronunciada pelo Senhor sobre todo ser vivo”.

Desde a morte de Ângela, esposa de Lúcio, ele não deixou de pensar em nenhum instante sobre esse trecho da Bíblia. Com apenas 25 anos, uma beleza exuberante, e uma alegria total, a bela e feliz Ângela estava tão contente e feliz com a gestão. Tomara todos os cuidados: pré-natal, repouso, alimentação, enfim, tudo adequadamente, no entanto, durante o parto aconteceu o que ninguém esperava e o que muitos temem.

Enquanto dirigia seu carro para casa, depois de ter participado da missa naquela manhã, Lucio pensou sobre isso e uma lágrima rolou em sua face...

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Lucas Tadeu estava recostado no sofá de sua sala, e resolver contar a história que sempre ouvia de seus pais. Lembrava-se que o nome era ‘Vontade de ver o mar’ e começou lembrando cada detalhe. Enquanto falava, sua filha Sophia simplesmente fechou os olhinhos e começou a imaginar tudo que era praticamente sussurrado por seu pai.

João Raimundo saiu do interior querendo ver o mar. Ele juntou dinheiro por anos para ter direito às férias de sua vida. Deixou de descansar por vários dias fazendo horas extras, vendeu vários anos seus dias de férias, deixou de levar a esposa nos bares e festas nos finais de semana para poder realizar seu sonho, que não era só seu, mas sonho este, que ele decidiu se dedicar afinco! Enfim, conseguira ajuntar os recursos necessários para concretizar sua vontade. Seria amanhã. O dia do embarque para a melhor viagem de todos os tempos! Sentia-se como uma criança! Iria sentir o vento do litoral, sentir o gosto salobro do mar, queria molhar o corpo e lavar a alma na mais bela praia do país. Na mais bela areia do planeta, no melhor local para se estar seja sozinho ou acompanhado.

Mal conseguiu fechar os olhos naquela noite, ele checou as malas por vezes incontáveis. E acordou na manhã seguinte com a sensação que esquecera algo. Refez o “check list”. Estava tudo certo. Faltava pouco para sair de casa, muito pouco mesmo, mas faltava...

No dia seguinte Ana Luiza, esposa de J.R., como todos o conheciam enquanto ainda vivia, não sabia como se portar no enterro do tão amado marido que não teve tempo para procurar um médico para saber como estava à saúde. Morreu de parada cardiorrespiratória no momento que saiu no portão de seu lar, doce lar. Seu sonho só se realizou após a morte: suas cinzas foram jogadas no oceano. Só assim, agora, para ele conhecer o mar.

A doce Sophia já ouvira essa história incontável vezes. Já sabia cada palavra que seu pai iria falar. Quando ele esquecia alguma das palavras originais, ela fazia questão de interromper-lhe e corrigir o equivoco.

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domingo, 6 de novembro de 2011

Crônica de Novembro - (Re)Edição OU Você sabe o que aconteceu com os pintinhos?

Você se lembra do que aconteceu ano passado? No data de hoje, no ano passado?! Resolvi (re)postar aqui o texto desse período do ano...

Tarde de 04 de novembro. Decidi dar uma pausa em meu trabalho de conclusão de curso. Chamei minha mãe para irmos à casa de Alice, nossa vizinha. Chegando lá fui imediatamente para o quintal comer jabuticabas. A árvore estava carregada da deliciosa fruta preta, de modo que a madeira da jabuticabeira era quase imperceptível. Posteriormente fui mais ao fundo do terreno e derrubei cerca de dez mangas ubá para poder saborear mais tarde!

Mas o que mais marcou este dia não foi o doce sabor das deliciosas frutas negras, mas outra coisa. Ao sentar-me na varanda da cozinha, observei quatro pintinhos. Todos completamente sem penas, magros e embora, segundo Alice, possuíssem 3 meses de idade, variavam no tamanho de modo muito contrastante. Dos quatro filhotes, dois não possuíam uma das patas. Fiquei sabendo que ratos as roeram quando os pintinhos ainda eram bem novos. Um terceiro era meio manco e cego de um dos olhos e o quarto franguinho, apesar de ser o único sem nenhuma deficiência aparente possuía um corpo esquio e feio, sem pena, desengonçado.

O que me chamou a atenção foi que todos estavam juntos, unidos e apesar das deficiências e problemas mantinham um “espírito” vivente. Minha mãe brincou que se ela fosse dona dos bichinhos teria sacrificado os coitados. Pensei um pouco sobre como nós, humanos somos. A maioria não se importa com a dor alheia, e eu ali, pensando no sofrimento de quatro seres “insignificantes” para o resto do mundo. Mas quantas vezes não nos deparamos com indigentes nas ruas de nossas cidades e não damos a mínima atenção ou não nos solidarizamos com o sofrimento alheio?

Um simples passeio de fim de tarde serviu-me para refletir sobre a vida, aborto, sobre humanidade e suas contrariedades. Serviu também para eu ter certeza que se estou com problema existem problemas maiores assombrando outras tantas pessoas, outras tantas criaturas e nem por isso os mesmos estão desesperados e infelizes. O problema é do tamanho que nós o criamos! Problemas sempre existirão, e a solução sempre vai estar conosco, basta abrir os olhos e enxergar.

** No mês passado (outubro de 2011) tive a oportunidade de voltar lá. Todos os filhotinhos já são adultos e parecem levar uma vida normal, mesmo com suas particularidades! A vida venceu a morte e o sofrimento deu lugar a luta pela sobrevivência! 

domingo, 16 de outubro de 2011

Revolução 29 - O Retorno!

Depois de muito tempo sem passar por aqui. Aproveito o começo de um novo horário, o Horário de Verão para retomar as atividades aqui no Revolucação 29.
Curioso é que o Blog começou com "Sonhos" no dia 23 de outubro de 2008, ou seja, a quase 3 anos. Então este é um retorno em rítmo de festa e alegria por que no próximo domingo celebramos esta data!
E para esta nova etapa algumas mudanças e novidades aqui no Blog e na minha vida. Muitas coisas boas aconteceram nesses últimos tempos que não foram compartilhadas e tenho certeza que muitas novidades ainda estão por vir... É só entrar no Revolucação 29 e re-evoluir conosco!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Entrando no céu por W.O.

Assisti hoje um trecho da palestra "Ministrar a Alegria" do já falecido Pe. Léo. Uma frase dele marcou e me fez motivar-me a mim mesmo. Eita! Bota Redundância nisso!!! Estou tão motivado que estou até escrevendo da forma como falo, sem pensar direito na norma culta da língua portuguesa.

A frase que marcou foi "Você quer entrar no céu por W.O.?" Sabe quando um time ganha porque o outro não compareceu? Pois é, isso é vencer por W.O. Vencer por vencer não tem graça, a Graça de Deus é dada para aqueles que vencem sobre fortes adversários. O emocionante é vencer com propriedade. Imagina: Final da Copa do Mundo, Brasil, 2014... Em campo no Maracanã Brasil 7 a 0 no Suriname.... Nusssss!!! Que emocionante (#ironia); agora, outra situação: mesma competição, local e tal, Brasil e Argentina; o Brasil vence por meio a zero e é 200 milhões ou mais de Brasileiros com B maiúsculo indo a loucura e comemorando muito. Percebeu a diferença?

Por que as pessoas insistem em pedir para não ter sofrimentos, dores nem adversários? O mais prudente é pedir força, coragem e sabedoria para poder lhe dar com as adversidades e sair vencedor. Problemas? Todos têm. Medo? Atire a primeira pedra quem nunca sentiu! Sofrimento, dor, angústia, trauma, inimigos, incertezas, desagrados? Enfim, tudo isso, vai continuar existindo e é até bom que assim seja. Cabe a cada um Vencer os problemas ou simplesmente desistir da batalha e parar de lutar.

sábado, 4 de junho de 2011

O que estou ouvindo?

Estou ouvindo "Viver pra mim é Cristo" na voz do Padre Fábio...

Cheguei no serviço agora a pouco, então comecei a pensar, e estava reparando na quantidade de coisas que ouvimos e nem nos damos conta de como influênciam nossa vida.

Eu até acho bom as pessoas serem ecléticas, mas tudo tem limite. Ouvir "Créu" com o CD normal ou com o "disco" quebrado não faz diferença... O que é isso: Você, Você, Você? E as músicas com duplo sentido? foG(d)e Superman, FuG(d)idinha com você? Hun?! Para onde foi o bom senso? Quer saber, não ia falar, mas o que tem de lixo que agente consome e não reclama, não é brincadeira. Ser eclético não quer dizer "caquético" velho, nem tampouco ser sem opinião. Música boa existe... Ouça músicas melhores!

Ouvindo agora: "sara-me, e põe teu azeite em minha dor: Restitui..." na voz de Padre Hevaldo Trevissan!

Feliz mês de Junho!!!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pesadelo

Parece que o céu está pesado
Não vejo mais a luz do astro rei
Parece que o tempo é nublado
Perdemos o senso de humildade
Falta humanidade
E no final, parece que nada sei

Além do peso do céu
O qual deixa a minha cabeça dolorida
E minh'alma cansada pelo fardo que sobre mim é lançado

Tenho a sensação que sobre meus pés já não existe chão
Um abismo à minha frente se constrói

E o pior de tudo é que tento apertar tua mão para não cair nesse buraco que se abre cada vez mais e quanto mais se abre, mais me suga para suas profundezas; mas não consigo alcançar tuas mãos. Não consigo alcançar-lher sequer as pontas dos dedos. E então caio por completo na vala escura e sem funda.

Não quero aprender a andar de bicicleta
Não quero pedalar sozinho
Quero tua compania durante todo o caminho
Não importa o percurso.
Quero sentir tua presença
Quero sentir teu cheiro

Mas estou com medo e vontade de chorar.
Amar é complicado
Principalmente se você não estiver do meu lado.
Que bom que foi só um pesadelo!

domingo, 24 de abril de 2011

Feliz Páscoa!!!

Para a Igreja Católica, a Páscoa celebra a ressurreição de Jesus Cristo e esse significado é assimilado por grande parte dos fiéis, mas muitos veem a data como uma oportunidade de aproveitar o feriadão.

"Levados pelas motivações do consumismo mercadológico, Páscoa virou sinônimo de feriadão a ser aproveitado no desfrute de todas as delícias que a vida urbana moderna oferece. Claro que não é a visão cristã", observa o monsenhor Orivaldo Robles, sacerdote da Arquidiocese de Maringá.

Ele destaca que as pessoas têm consciência da data. "Uns mais, outros menos, todos experimentam a ressurreição gloriosa do Senhor. Quanto aos outros, - a maioria infelizmente – pouco se interessam e tanto lhes faz se a Páscoa celebrasse o aniversário do Coelho Maluco, de ‘Alice no País das Maravilhas’, não faria a menor diferença", assevera.

Robles reforça que todas as paróquias celebram a ressurreição de Cristo. "Páscoa é a festa bíblica instituída para celebrar a passagem de Deus pelo meio do seu povo, quando este vivia escravizado no Egito", completa.

sábado, 12 de março de 2011

Reflexões sobre o tempo

Derrepente vem uma vontade imensa de voltar no tempo e esolher cara ao invés de coroa, ter optado por par no lugar de impar; ter apostado no 29 e não no 43; dá vontade de fazer tudo diferente. De apertar a tecla restart e começar tudo outra vez...

Por alguma razão isso não é possível... Que bom! Porque das escolhas feitas na vida e do caminho que se trilha se adquire experiências e constrói-se relacionamentos, faz-se amizades, vive-se somente uma vez e se tem sempre uma chance... Mas sempre há tempo de começar tudo de onde se está, e reiniciar...

Que venha uma nova fase em nossas vidas a cada amanhecer uma nova oportunidade surja para vivermos um dia melhor...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Criação Divina

Conte todas as estrelas do mar ao menos uma...
Pare o tempo e nunca pare-se no tempo!
Conte também as estrelas celestes...

Conte os grãos de areia, e as gotas da próxima chuva!
Contemple raios, relâmpagos e trovões...
Olhe para o sol!

É estranho como tudo está presente em nossa vida
E as vezes não nos damos conta disso!
Sinta a brisa que toca tua face nesse instante!
Beba um copo d'água puro, sem gelo, saboreando-o!

Tudo existe e coexiste em harmônia,
mas nós, seres humanos, queremos destruir
ou dizemos querer construir, melhorar ou desenvolver...
E no entanto...
tudo o que fazemos é devastar, destruir, aniquilar, acabar, matar!...

Salve Criação!
Salve a Criação!

Viva a vida!
E deixe-a ser vivida
Sem contra-partida!
Sem medos
Sem anseios, dores ou limites
Simplesmente:
Veja o vento
E sinta o verde dos montes!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Momento presente

Na tua face vejo dor
Máxima expressão da perda
Lágrima, e uma sensação de vazio...

De suas lágrimas
Exala um forte odor
Cheiro de quem carrega no peito sentimento
De quem leva consigo o Amor

Quem se vai talvez não sinta
Ou sentiu enquanto viveu
Quem fica, sente falta
Saudade, desejo, medo
Misto de tudo
Turbilhão de sentimento
E no olhar para o horizonte
Percebe-se que no seu interior
Parece que há uma completa presença do vazio...

Por que eu meu Deus?
Por que comigo Senhor?
A vontade que tenho é de acordar...
O desejo é de levantar e saudar o novo dia!

No momento o povo grita e implora:
"Afasta de nós este cálice!"
Mas no fundo, não queremos sentir medo
Não queremos sentir dor

Apesar de dizer que não
Quero que seja feita a minha vontade...
Mas por fim, lembro do desprendimento
E apesar da dor...
Que seja feita a vossa vontade Senhor!

Última Palavra

Eu não recordo qual foi a última palavra nem a última frase que você disse antes de partir... Eu não sei se isso é normal, mas sempre perco ...